sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Mensagem da sonhadora

Oi gente!!

Gostaria de avisar vocês que eu vou ficar um tempo sem poder postar nada. Mas não se preocupem: em janeiro eu estou de volta com mais partes de "Bubbles" e uma nova história!

Feliz Natal e ótimo Ano Novo!!!

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Minha melhor amiga - parte 1a

Existem dois tipos de pessoa: pessoas 'normais' e prisioneiros. Faço parte do primeiro grupo.

Toda pessoa 'normal' tem um prisioneiro. Os prisioneiros não precisam comer, dormir e nem ao menos respirar. Eles devem sempre obedecer uma pessoa 'normal'. Quando uma mulher 'normal' fica grávida, sua prisioneira também fica. O filho que a prisioneira tiver será prisioneiro do filho da mulher 'normal'. Quando uma pessoa normal morre, seu prisioneiro também morre.

Para garantir que seu prisioneiro irá sempre lhe obedecer, a pessoa 'normal' pode usar algo chamado de "mundo interior". Esse 'mundo' nada mais é do que a mente do prisioneiro. A pessoa 'normal' pode controlar tudo no mundo interior. Quando um prisioneiro e uma pessoa normal estão no mundo interior, veem um lugar que só eles podem ver. A pessoa 'normal' pode separar seu atos do mundo interior e do mundo real. O prisioneiro não.

Todos os prisioneiros, sem exceção, tem uma espécie de pulseira de metal. No mundo interior, essa pulseira se liga por uma corrente ao pulso de seu "dono". A corrente pode aumentar ou diminuir de tamanho de acordo com a vontade da pessoa 'normal'.

Me chamo Ariana. Minha prisioneira se chama Priscila.

Bubbles- parte 7

Os dias foram passando tranquilamente naquele estranho lugar sem nome.

Conheci melhor os meus "companheiros". Realmente, muitas vezes a primeira impressão é a mais certa.
Clara é a mais velha do grupo e também a que estava lá há mais tempo. Dezesseis anos, cabelo liso e escuro, olhos também escuros. E um amor incondicional pelas regras, pela ordem e pela perfeição.
Samira tinha a minha idade. Cabelo castanho e ondulado. Como eu imaginei, foi com ela que eu me dei melhor nos primeiros dias.
Mário era umm garoto, com tudo o que um verdadeiro garoto tem. Tonto, estranho, 'engraçadinho'. Logo no primeiro dia ele me apelidou de "garota nova". Não adianta, não consigo fazer aquela criatura dizer o meu nome. Mas não importa. Porque ele é um garoto.

O resto? Bem, não importa muito. O tal "treinamento com as bolhas" era para controlar a energy. Deveríamos controlar bolhas de sabão com a energy e levá-las até um certo lugar. Se a energy estivesse muito fraca, elas não se moviam. Se estivesse muito forte, estouravam. Era um treinamento muito difícil.

Mas eu sentia que tinha alguma coisa errada por aqui. Só não sabia o que.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Bubbles- parte 6

Onde eu vim parar?
...
A mulher ruiva disse para os meus pais que era representante de um internato especial. Enrolou os meus pais direitinho. Eles aceitaram me enviar para o tal "internato". Será que ninguém nunca ensinou para eles que não se deve acreditar assim em estranhos, principalmente se eles andam em carros luxuosos de vidro e sabem de todos os seus problemas?
...
Ela me fez entrar no estranho veículo. Quando já estávamos bem afastados do lugar de onde saímos, ela me contou o óbvio: que não trabalhava em internato nenhum, mas ela precisava dizer aquilo para convencer os meus pais a me deixarem ir.
O mais estranho foi o que ela disse depois: disse que sabia os problemas que eu tinha, as coisas pelas quais eu passava e, o pior de tudo, a causa daquilo tudo!!!
...
Tá, eu sei que uma pessoa que diz coisas assim é tudo, menos confiável. Mas ela tocou no meu ponto fraco. Eu sempre quis saber a causa daquilo tudo. Como é que uma pessoa que eu nunca vi na vida poderia saber de algo assim? Não faço a menor ideia. Mas essa era a minha única chance de saber a resposta.
Resposta que não me animou muito. Porque, de acordo com ela, era eu que estava fazendo tudo aquilo.
A mulher (que não me disse o nome nenhuma vez) me disse que eu tenho uma coisa "especial", uma espécie de poder que ela chama de energy. Um poder que poderia fazer muitas coisas. Por exemplo, machucar as pessoas ou quebrar objetos.

Então era tudo minha culpa?! Eles estavam certos em ter me dito tudo aquilo.

Não acabou ainda não, tem mais: de acordo com ela, eu não era a única que tinha isso. Para ser mais específica, mais quatro pessoas no mundo tinham esse "poder". A própria mulher ruiva era uma dessas pessoas. Mas ela conseguia controlar sua energy. Ela não só podia ficar perto dos outros sem que ninguém se machucasse, como também podia pegar objetos com a energy. Isso sim era muito legal.

Ela me levou para um lugar no meio do nada. Mas não era um lugar qualquer. Aquilo lembrava um cenário de conto-de-fadas. Parecia um castelo de cristal. Quero dizer, imagine uma enorme construção, toda feita de um material transparente. Os jardins do "castelo" eram enormes e bem cuidados, com vários tipos de plantas. Era maravilhoso!
O material de que o "castelo" e o carro da ruiva eram feitos não era vidro, como eu pensei antes. A mulher me disse que aquele era o material mais resistente que existe. Um trator poderia tentar passar pela construção, mas não iria conseguir. A única coisa que poderia destruir aquilo era energy. Era incrível.

Logo que cheguei, conheci os outros três.
"Jovens, apresento a vocês sua nova companheira" A ruiva fala de um jeito meio estranho. Como se eu e os outros fóssemos formar algum tipo de equipe.
"O-oi...meu nome é... Tatiana" Timidez? Eu nunca fui tímida. Por que as palavras não estavam saindo?
"Olá Tatiana. Meu nome é Clara.É m prazer conhece-la. Seja bem-vinda ao...ao..."
"Oi Tati!!!!Eu sou o Mário, mas as garotas preferem me chamar de...Lindão"
OK, estou diante de um exibido. Tinha que ser garoto...
"Feiosão, não assusta ela logo no primeiro dia. Oi Tatiana, eu sou Samira. Ignora a neurótica e o convencido"
"Oi!"
"Então você é a última escolhida?"
"Escolhida? Tipo, guerreira lendária ou algo assim?" Ótimo. Quando eu consigo falar, falo besteira.
"Não ouça eles, Tatiana, não sabem do que estão falando"
"Acalmem-se. Todos vão poder falar com ela. Mas antes... já é hora do treino com as bolhas, não é?"
"É sim, mestra"

Bolhas? O que isso tem a ver com energy? Acho que me meti em uma furada. Minha primeira impressão foi mais ou menos. Acho que vou me dar melhor com a Samira. Mas esse é realmente um lugar muito estranho.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Bubbles- parte 5

Mais um dia no...bem, o lugar não tem um nome ainda, mas logo,logo vai ter...eu acho.
...
A mestra saiu. Disse que pode ter localizado o(a) próximo(a). Quando a mestra sai, eu tenho que cuidar para que tudo fique em ordem. Não por ela ter me pedido isso, mas porque sou a mais responsável aqui.
Fui a primeira que ela trouxe para cá. Logo depois veio o Mário. Só seis anos depois é que a Samira veio.Não me dou muito bem com nenhum deles. Acho que é porque eles são muito irresponsáveis. Não posso culpá-los por isso. Os dois não conhecem direito os riscos. Não como eu.
...
"Bom dia, Samira! Bom dia..."
"Olá, chefe substituta!"
"Não consegue mesmo ser agradável, não é, Mário?"
"Não, senhora!"
Viu o que eu disse?
"Relaxa, Clara. Ele só faz isso porque é hilário te ver fazendo escândalo"
"É mesmo, não é, Samira?"
"Hahá. Viu, Clara? Relaxe..."
"Relaxar? A mestra vai trazer outra pessoa para cá. E eu gostaria que, só por um dia, Mário, você não fizesse essas 'brincadeirinhas'."
"Ah, Clara... Se for assim, ela vai achar que todos nós somos uns chatos que nem você!"
"Muito engraçado. Hilário."
O pior é que todos os meus dias são assim...Espero pelo menos que a pessoa que a mestra vai trazer seja mais... responsável. Que tenha noção das coisas. Ou que pelo menos seja menina.
"Barulho de carro.Será que é a mestra?"
"Acho que ela é a única pessoa que passa de carro por esse fim de mundo..."
Era a mestra. Ela desceu primeiro do carro. Logo depois, nossa nova companheira.
Era uma jovem loira. Usava uma roupa própria para exercícios. Nos pés, tênis de marca. Nas orelhas, um par de brincos com pérolas. Carregava uma mala.
Registrei mentalmente tudo o que eu podia ver nela antes de pensar nisso. Tudo indicava que ela, diferentemente de nós, estava bem antes de vir. Mais do que isso. Ela parecia estar vivendo muito bem.
"Jovens, apresento a vocês sua nova companheira"
"O-oi...meu nome é... Tatiana"
"Olá Tatiana. Meu nome é Clara.É m prazer conhece-la. Seja bem-vinda ao...ao..."
"Oi Tati!!!!Eu sou o Mário, mas as garotas preferem me chamar de...Lindão"
"Feiosão, não assusta ela logo no primeiro dia. Oi Tatiana, eu sou Samira. Ignora a neurótica e o convencido"
"Oi!"
"Então você é a última escolhida?"
"Escolhida? Tipo, guerreira lendária ou algo assim?"
"Não ouça eles, Tatiana, não sabem do que estão falando"
"Acalmem-se. Todos vão poder falar com ela. Mas antes... já é hora do treino com as bolhas, não é?"
"É sim, mestra"

Agora que estávamos todos reunidos, as coisas ficariam mais interessantes...

(mas eu ainda preciso de um nome para esse lugar!)

Bubbles- parte 4

Realmente, eu devo estar louca... discutir com aquelas garotas... De qualquer forma, depois daquilo eu me deitei de novo na cama e dormi. O dia seguinte provavelmente seria melhor, eu pensei...Pelo menos, não poderia ser pior...ou poderia?
...
Aula de Educação Física logo de manhã...Eu queria saber quem é que decide nosso horário de aula.

"Muito bem, você e... você. Vocês vão escolher os times. Vamos jogar basquete."
...
Bem, eu não me orgulho muito das minhas habilidades esportivas. A única coisa que eu sei fazer é correr. Por isso, o melhor é só jogar a bola para mim quando você não tem outra opção, porque senão eu vou demorar duas horas para decidir para quem jogar (não queira me ver tentando correr com a bola) e vou errar. O outro time vai pegar a bola e todo mundo vai brigar comigo (eles brigam com qualquer um que erre. Pelo menos na Educação Física, o meu "probleminha" não significa nada).
Pois é, mas o craque do meu time foi cercado e não sabia o que fazer. Teve que pensar rápido. E , adivinhem... A bola veio em minha direção. Foi um verdadeiro desastre para eu conseguir segurá-la. O pior veio depois: ninguém do meu time estava por perto. Eu não tinha escolha: precisava correr, chegar mais perto de alguém e arriscar um passe. Do lugar onde eu estava, era muita burrice tentar jogar a bola para alguém.
Comecei a correr com a bola. E é claro que o pessoal do outro time veio em minha direção. Uma menina do time deles estava muito perto. Ela ia conseguir pegar... não eu tinha que ser mais rápida... Ela estava conseguindo...
PAM
A menina foi lançada para longe. Eu não sabia quem ou o que tinha feito aquilo. Mas meus "coleguinhas" já tinham uma explicação na ponta da língua.
Alguns garotos foram ajudar a menina a se levantar. Ela tinha ralado o joelho e estava com alguns outros arranhões pelo corpo. Nada mais grave aconteceu, felizmente.

"Professor, isso foi falta"
"FALTA?! Isso foi muito mais do que uma simples falta!! Ela poderia ter quebrado a perna, ou o braço, ou... ela poderia até ter morrido!"
"Não exagera"
"Isso foi muito sério!!"
"Calma, calma, pessoal. Está tudo bem com ela, não se preocupem. Ela vai para a enfermaria, mas é só para fazer um curativo. Provavelmente ela não vai mais jogar hoje, mas vai poder ter as outras aulas normalmente. Não foi nada grave. E você, Tatiana, precisa se controlar!"
"O QUE?! Mas o que foi que eu fiz dessa vez?! Vocês viram que eu nem encostei nela!"
"E desde quando você precisa encostar em alguém para fazer uma coisa dessas?!"
É, se eu achei que as coisas poderiam mudar, eu estava completamente enganada.
"Olha, Tatiana, a gente às vezes exagera com você, tudo bem, mas você também não precisa ficar fazendo isso"
Ou não. Eu nem acreditei no que eu ouvi. Olhei para o garoto que me disse isso. Fazia muito tempo que ninguém da minha sala me chamava pelo nome.
"Eu...eu não fiz isso...Eu nunca fiz nada"

CRASH

Um barulho ensurdecedor, como se 200 janelas de vidro estivessem se partindo. E era mais ou menos isso que tinha acontecido. Todas as janelas da parte do prédio da escola que ficava voltada para a quadra se quebraram. Senti um vento muito frio. Iriam me responsabilizar por aquilo também? A resposta veio correndo para a quadra.
" Eu sou assistente do diretor. Ele me pediu para chamar a aluna Tatiana."
Assistente? Eu nunca tinha visto aquele homem lá.
"Sou eu. Qual é o problema?" Fiz essa pergunta, mesmo já sabendo a resposta.
" Ele quer falar com você. Parece que ele já chamou os seus pais"
Parece? Que tipo de assistente é ele?
Acompanhei o estranho até a sala do diretor, que não ficava tão longe quanto eu pensava. O diretor conversou um pouco comigo antes dos meus pais chegarem. Falou sobre a história do colégio, que é um dos melhores, etc... Depois, ele notou que eu não estava muito interessada, e mudou de assunto.
"Soube que você tem alguns problemas com seus colegas"
"Na verdade, eles é que tem algum problema comigo"
"Eles são mais de vinte. Você é só uma. O mais provável é que o problema esteja em você. Gostaria de conversar sobre o assunto?"
Não sabia onde ele queria chegar com aquilo. Nunca ninguém tentou falar comigo sobre esse assunto. De qualquer forma, eu nunca liguei muito para isso, então não tinha nada de ruim em contar tudo para o diretor. Mas estava tudo muito estranho.
"É que eles me culpam de qualquer coisa estranha que aconteça"
"Não foi isso o que eu soube"
Peraí...ele soube de alguma coisa? O que ele pretendia com aquilo?
" Se você já sabe de alguma coisa, então por que me perguntou?"
"É que eu quero saber a sua versão dos fatos"
"Eu não fiz nada!"
" Então, como você explica o que acontece?"
"Pode ser qualquer um...pode ser qualquer coisa!!"
"Então por que só acontece quando você está por perto?"
"NÃO SEI!! Se já escolheu em quem acreditar, por que ainda me pergunta alguma coisa?!?!"
"Eles chegaram, senhor"
A chegada do "assistente" interrompeu o que estava para se transformar em uma discussão.
"Mande eles entrarem"
Um casal entrou. Se o diretor não dissesse os nomes deles, eu não os reconheceria.
Eram os meus pais. Minha mãe estava loira? Da última vez que eu a vi, ela era morena. Eu acho. Era estranho. Acho que qualquer casal poderia ir á que eu não saberia dizer se eram meus pais.

"O que houve, diretor?"

" Viemos o mais rápido que pudemos.! A nossa Tatizinha está bem?"

"A Tatiana está bem sim. Só não podemos dizer o mesmo dos outros..."

" Que outros? O que foi que aconteceu?"

"Diga logo, homem!"

"Calma, calma. Eu vou dizer algo um pouco complicado... A filha de vocês é uma delinquente!"

" O que?"

"O que?"

"O QUE?!?"

"Bem, ela fez algumas coisas que..."

"EU NÃO FIZ NADA!!!"

"Explique-se melhor, diretor"

" Todos os que chegam perto dessa...dessa coisa, se machucam. Uma carteira da sala dela foi quebrada. Uma menina foi para a enfermaria, com sorte de estar viva. E agora, muitas janelas se quebraram. Os alunos e professores que estavam naquelas salas foram atingidos pelo vidro e se machucaram seriamente! Isso é ou não coisa de delinquente?"

" Ora, senhor diretor, pode ter sido qualquer um!"

"Já pensou que talvez o vidro das janelas seja de baixa qualidade?"

"Impossível. Os vidros de todas as janelas são iguais. E só se quebraram os das janelas voltadas para o lugar onde isso estava! E em todos os incidentes, sem exceção, isso estava presente!"

"PARE DE FALAR ASSIM COM A MINHA FILHA!"

"Senhor diretor, seja razoável. Como a Tatiana poderia estar fazendo isso?"

" Não faço a menor ideia. Mas isso é problema de vocês. O fato é que estão todos muito assustados. Os pais não querem uma ameaça dessas a segurança de seus filhos. Esses incidentes acontecem desde que isso veio para a nossa escola! Eu não teria chamado vocês aqui se a situação não fosse realmente grave. Eu...bem, eu gostaria de pedir que vocês retirem sua filha desse colégio"

"O QUE?! Está expulsando nossa filha?!"

"Não estou. Ainda. Se eu fizesse isso, ela provavelmente não seria aceita em nenhum colégio decente. mas se vocês insistirem em mante-la aqui, serei obrigado a expulsá-la"



Então era isso. Ele me queria fora da escola. Meus pais tentaram negociar, mas não teve jeito. No final, nós três saímos juntos de lá.
"O que vamos fazer agora? Esse é o melhor internato do país!Não vamos achar outro no mesmo nível!"
"Se não aceitam a Tatiana, é porque não é tão bom assim!"

"Acho que posso ajudar vocês!"
Quem disse isso foi uma mulher que devia ter uns quarenta, cinquenta anos. Ruiva, mas não era aquele tom de cabelo tingido, mas um tom natural, que combinava muito bem com seu rosto. Ela estava parada perto de um carro bem... diferente. Era um modelo bem luxuoso, mas com uma particularidade: parecia feito inteiro de vidro.

Eu tenho apenas 15 anos. Isso não é nem um quarto do que eu pretendo viver. Mas, às 12:45 daquele dia, eu percebi que não importava quanto tempo eu fosse viver, aquele sempre seria o dia mais estranho da minha vida.