sábado, 24 de abril de 2010

Minha melhor amiga- 1° dia- parte 5

"Oi, mãe"
"Não fala comigo, Ariana. Estou morrendo de dor de cabeça!"
"O que aconteceu dessa vez?"
"Adivinha"

A prisioneira dela entrou. Estava carregando um monte de papéis, mas não parecia estar fazendo muito esforço. Não faço a menor ideia de qual é o emprego da minha mãe. Nunca me interessei por isso. Para mim, ela é só minha mãe. Sei que ela trabalha em uma empresa grande, acho que nome é Drop, ou algo assim. Mas não me pergunte o que ela faz lá.
"Essa inútil não consegue fazer nada direito."
"Me desculpe"
"Pare de se desculpar. Só cale a boca e comece a fazer as coisas direito."
"É claro"

"E você, Ariana? Como foi o seu dia?"
"Adivinha"
"Você parece cansada"
"Insuportavelmente cansada"
"Tem alguém atrapalhando o seu sono?" Por algum motivo, ela olhou para Priscila. Aliás, quando a Priscila veio para cá?

'Eu estava aqui o tempo todo, bobinha'
Felizmente, minha mãe não conseguiu ouvir isso. É uma forma de comunicação "telepática".

"É claro que tem. A malvada da Rani me acordou!"
"Eu não te entendo. Não foi você que pediu para a Rani te acordar para vocês irem para a escola?"
"Sim, mas acordar alguém é algo muito mau!"

Eu não fiquei realmente brava com a Rani. Somos amigas de infância, é normal sermos malvadas de vez em quando...

"Ah, eu tenho que ir!"
"O que?"
"Combinei com a Rani de ir na casa dela para gente fazer a tarefa"
"Você fala, fala, fala, mas sempre arranja uma desculpa para se encontrar com ela"
"Somos amigas, não é?"

Eu saí de casa e peguei o caminho para a casa dela.Ela mora bem longe. Mas eu não me importo em ir andando. O bom dessa cidade é isso: eu posso ir a pé para qualquer lugar sem me preocupar. Quase não há riscos.

"Há quanto tempo você estava me seguindo?"
"Desde que você nasceu"
"É impressionante, você tem resposta para tudo, não é? E se eu começasse a te tratar como uma prisioneira?"
"Você não é tão má assim, é?"
"E se eu for?"

Não, eu não sou. Eu acho.

Chegamos na casa dela. A Rani não mora com os pais dela. Se não me engano, eles faleceram em algum tipo de acidente quado ela era um bebê. Quem cuidou dela esse tempo todo foi o avô dela.
E foi ele quem atendeu a porta.

"Ariana. Deixa eu adivinhar: veio aqui para fazer alguma coisa da 'escola' ?"
"É claro. Eu e a Rani somos duas alunas muito aplicadas"
"É a Ariana? Ela chegou? Vovô, a Ariana chegou?"
"Chegou sim. E ela me contou uma novidade: minha neta é uma aluna aplicada"
"Essa Ariana é mesmo ingênua, não é? Ela nem se deu conta de que eu só ando com ela para ela me passar cola... Ah, oi, Ariana!"

Ela apareceu na porta. Estava usando roupas que faziam ela parecer uma criança. Na verdade, ela também estava agindo como uma.

Realmente, por trás da garota "mais popular da escola", existia uma garota muito estranha.

Bubbles- parte 12e

"Isso foi há muito tempo. Eu era muito pequeno. Não sabia o que era energy, não sabia nada sobre isso. Mas eu sempre tive problemas no controle da energy. Qualquer um que chegasse perto de mim se machucava. Acontecia o tempo todo mesmo, até enquanto eu estava dormindo"

"Pare. Acho que eu entendi."

O que ele acha que eu sou, uma burra? Pior do que isso, uma insensível? Eu consigo ver claramente que ele está sofrendo ao dizer isso. Por que ele continua a se torturar assim?

Antes, ele não queria me contar isso de jeito nenhum... agora ele vem de livre e espontânea vontade falar comigo... Argh, por que ele é tão complicado?? Eu preferia a época em que garotos eram burros, melequentos e insensíveis... quando eram GAROTOS!!!

Quero dizer, ele continua sendo um representante do sexo masculino... um belo representante, para dizer a verdade... Mas quando foi que garotos se tornaram tão complexos?!

"Tatiana, eu..."
"Pare com isso, Mário! Eu já entendi, você... Você não precisa contar isso para mim..."
"Eu PRECISO, Tatiana! Eu preciso que pelo menos você entenda!"

Ele precisa... ele precisa que pelo menos eu entenda... tem que ser eu? Quando foi que... quando eu me tornei tão importante para ele? Quando nos aproximamos tanto... a ponto de ele precisar da minha compreensão? E por que isso não me incomoda? Eu não deveria me sentir bem por isso, deveria? E por que não?

"Tatiana..."

Porque é como se... se eu também precisasse... Eu preciso... EU PRECISO! Como eu nunca me dei conta antes?!

"Tatiana"

O que é isso? Líquido, no meu rosto? Eu não posso estar chorando agora. Não agora, não na frente dele.

"Tatiana!"

Não, não são lagrimas. Eu não estou chorando... Eu NÃO estou chorando!! Eu...

"TATIANA!!"






















eU Est OU SanGr ANdO....

terça-feira, 6 de abril de 2010

Bubbles-parte 12d

"Fale com ela"
"..."
"Ela precisa saber a verdade"
"Você não sabe de nada!"
"Mesmo assim, acho que ela deve saber"

...



Eu sei que a Clara tem razão.Isso é o que eu mais odeio nela: ela sempre tem razão.

Eu não contei tudo para Tatiana. Eu nem cheguei perto disso. Quando eu falei para ela, eu achei que nem precisava. Mas... isso começou a me incomodar. Não só por ela ter se afastado de mim. Afinal, era isso o que eu queria: que ela se afastasse. Não que eu não quisesse ela por perto...



Isso é tão complicado. Essa garota é complicada.



Eu me sentia como se eu estivesse devendo alguma explicação para ela. Não que ela tivesse que saber disso, mas... Garotas são tão complicadas...



"Tatiana"

"O que é que...?"

"Apenas ouça, Tatiana. Por favor, não diga nada até eu terminar"

"Está bem"



"Ela era minha irmã"

"O que?"

"Por favor, Tatiana. Você me fez uma pergunta e eu acabei desviando do assunto. Eu agora quero te explicar tudo, mas eu não sei se consigo. Então, por favor..."

"Não precisa me explicar"

"Eu quero explicar"



Comecei a contar a história que me atormenta todas as noites. Por mais que eu tente descansar, sempre vêm os pesadelos que não me deixam em paz. Não adianta quem quer que seja me dizr que não foi minha culpa, porque eu sei que foi.



"Eu não tenho pais, Tatiana. Quem cuidava de mim era ela. Sempre foi ela. Ela não tinha nenhum parentesco comigo, e era muito nova para que eu a chamasse de "mãe". Por isso, era como seela fosse minha irmã"



Ela não tinha nenhuma obrigação de cuidar de mim. Mesmo assim, ela sempre esteve do meu lado. Sempre.



"Isso foi há muito tempo. Eu era muito pequeno. Não sabia o que era energy, não sabia nada sobre isso. Mas eu sempre tive problemas no controle da energy. Qualquer um que chegasse perto de mim se machucava. Acontecia o tempo todo mesmo, até enquanto eu estava dormindo"



Realmente, é muito difícil falar sobre isso. Mas agora eu preciso terminar.



"Pare. Acho que eu entendi."

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Bubbles- parte 12c

"Pelo visto, você não gostou do que descobriu, não é?"
"Eu nunca poderia imaginar isso."
" Então, ele te contou como estava antes de vir? Te contou toda a história?"
"O que? Mas você não disse que não sabia de nada?"
" Eu disse que ele nunca me contou o motivo de ele ser tão infeliz. Isso não quer dizer que eu não sei de nada"
"Como assim?"
" Não importa. Por favor, não vá embora só por causa de uma coisinha qualquer que você ouviu. Você não sabe a história inteira."

Tatiana estava confusa. Muito confusa. Mas, infelizmente, eu não poderia ajudá-la muito.
...

Vim para cá quando eu era muito nova. Saí de um lugar para o qual eu não posso voltar. Aqui é o único lugar que eu posso chamar de lar.

Pouco tempo depois disso, chegou o Mário. Ele era muito quieto, bem diferente de como ele é agora. Eu sabia que ele tinha passado por coisas difíceis antes de vir, assim como eu.
Depois de um tempo, ele se tornou mais alegre, mais "engraçadinho"... Acabei me acostumando a vê-lo dessa forma.

Não sei o que aconteceu antes. Nunca nem perguntei. Também não sei o que ele disse para Tatiana. E não sei o motivo de ela querer tanto saber o que é. Mas eu conheço ele muito bem, sei que ele deve ter colocado as coisas na pior perspectiva possível.

Saí do quarto.

"Fale com ela"
"..."
"Ela precisa saber a verdade"
"Você não sabe de nada!"
"Mesmo assim, acho que ela deve saber"