domingo, 3 de outubro de 2010

Minha melhor amiga- Complicação- parte 1

Como de costume, fui para a casa de Ariana para irmos juntas para a escola. (Tradução: para eu arrancá-la da cama para irmos para a escola).

Mas ela já estava acordada, pronta para sair. Apenas ela.

É surpreendente como o tempo passa rápido. Já faz quase um mês que as aulas começaram, e os professores já começam a falar de provas. Como o bom exemplo que é, Ariana já começou a se preparar. Já eu, acho que só vou pensar nisso quando as provas começarem. Não é o melhor a se fazer, eu sei, mas até agoa eu nunca tive problemas por causa disso.

Mas Ariana não acordou cedo de livre e espontânea vontade por causa disso. Provavelmente isso tem mais a ver com o que aconteceu esse fim de semana. Não que eu saiba o que foi. Infelizmente, não consegui falar com ela o fim de semana inteiro. Mas eu sei que algo aconteceu.

'Será que está tudo bem?'
'Como se isso fosse da sua conta...'

O pior de tudo é que eu não podia nem perguntar o que foi. Perguntar só piora as coisas, quando se trata da Ariana.

Mas como eu sou inútil! Não posso nem ao menos ajudar a minha amiga!

"Vamos?"
"Vamos."

...
Seguimos o caminho de sempre para a escola. Fiquei olhando para ela, imaginando uma forma de ajudá-la sem precisar perguntar o que foi.

"Ariana"
"Que?"
"Você sabe que pode me contar qualquer coisa, não é?"
"Sei"
"E que não importa o quanto seja ridículo, eu não vou rir"
"A-hã"
"E que mesmo que seja complicado, eu não vou te encher de perguntas"
"É"
"E que mesmo que você tenha feito algo errado, eu não vou te culpar"
"Por que isso, agora?"
"Porque eu sou sua amiga"

Não trocamos mais nenhuma palavra o caminho inteiro. Pelo menos, quando chegássemos a escola, ela iria se animar um pouco mais. Não tem como não se animar perto dos meninos.


"Oi meninas!"
"Oi meninas!"

"Oi!"
"Oi"

Exatamente como eu imaginei. A escola tem um tipo de feitiço sobre a Ariana. Mesmo que ela ainda esteja incomodada com seja lá o que tenha acontecido, ela pelo menos estava sorrindo um pouco.

"E então, Ariana, cadê a Priscila?"

sábado, 28 de agosto de 2010

Minha melhor amiga- 2° dia- parte 5

Era tarde da noite. Qualquer um que pudesse estaria dormindo, ou preferiria estar.

O quarto estava em silêncio. A dona daquele quarto dormia em sono profundo. A outra entrou sem problemas. Era silenciosa, e podia passar despercebida. Mas não conseguiu.


"O que faz aqui a essa hora?"
"Nada em especial. Só vim dar um 'oi'."


A que entrou se sentou ao lado da que já estava lá. As duas falavam baixo, pois teriam problemas se alguém acordasse.

"Sabe, eu até fico feliz que tenha vindo. Isso aqui a noite é o maior tédio."
"Lá também. Mas, pelo menos, ela não vai gritar com você se acordar"
"Como você sabe? Eu nunca fiz algo assim, e nem quero fazer"
"Ela te trata bem, pelo menos"
"..."
"E a outra?"
"No quarto dela. E não, não tem como ela vir para cá."
"Nem pensei nisso. A situação dela é mais complicada."

As duas ficaram observando a que dormia.

"É incrível"
"Não sei que graça você vê nisso"
"Já imaginou como deve ser? Poder se desligar do mundo, descansar..."
"Poder descansar significa poder se cansar. Eu não sei você, mas eu não vejo graça em algo tão... limitante"
"E tem coisa mais limitante do que isso?" Ela apontou para a pulseira de metal que usava.
"Mas essa é a nossa única limitação"
"Mesmo que seja limitado, deve ser incrível. Acho que isso é que é liberdade."
"Tenho que discordar"

As duas não discutiram mais o assunto. Quando o sol deu sinais de que ia nascer, a invasora saiu pela janela. Da mesma forma que entrou, sem fazer um ruído. E a outra ficou apenas olhando.

Minha melhor amiga- 2° dia- parte 4

"Por que é que você tem que vir comigo, hein, Rani?"

Estava voltando para casa. De repente, eu percebo que Rani está me seguindo. Tem horas que eu não entendo essa garota...

"Eu estou cuidando para você não se perder."
"A sua casa fica do outro lado da cidade. Se você vier comigo, sabe-se lá quando é que você vai conseguir chegar em casa. Além disso, eu sou bem crescidinha. Não preciso de babá"
"Você é distraída e dessligada. Passou a tarde inteira com uma cara de que tinha sido abduzida. É melhor eu cuidar para ver se você chega em casa direitinho. Sua mãe mata a gente, se a gente deixar você se perder, sabia?"

Resolvi não contrariar. Não fazia sentido discutir com a Rani. Desse jeito, cheguei em casa perfeitamente segura e limpinha.

"Oi, mãe"
"Oi, mãe da Ariana!"
"Rani? O que você está fazendo aqui em uma hora dessas? Seu avô vai ficar preocupado!"
"Não precisa se preocupar. Eu já liguei para ele avisando que eu ia demorar. E eu precisava garantir que a Ariana iria conseguir chegar em casa"
"Como assim? Aconteceu alguma coisa?"
"O de sempre. A Ariana é tão distraída que so notou que eu estava seguindo ela quando a gente estava no meio do caminho"
"Filha! Tem que prestar mais atenção!"
"Tá"

Eu odeio quando elas me tratam como se eu fosse um bebê. Afinal, o que poderia acontecer? Não existem bandidos aqui, ou seja, eu estava segura. Além disso, eu faço esse caminho todos os dias, não iria me perder. O máximo que poderia acontecer era eu tropeçar e cair.

'Elas se preocupam com você'
'Eu sei... Mas elas não precisam exagerar... eu sei me cuidar'

Me despedi de Rani e fui para o meu quarto. Eu definitivamente precisava dormir.

Bubbles- parte 18a

"Está todo mundo bem??"

Onde é que a Clara estava com a cabeça?!?! Bem?! Como é que a gente poderia estar bem?! Nós acabamos de sofrer um acidente de carro no meio do nada!!


Para começar, nenhum de nós tem nem idade para dirigir!

"Nunca mais faça isso, Clara"
" 'Nunca mais faça isso'?? Nunca mais nem pense em algo assim!! Se é que você vai ter a chance de pensar de novo!!"
"Se acalma, Tatiana! Para começo de conversa, você nem se machucou!"
"Mas poderia!"
"Não, não poderia. Eu disse, tenho tudo sob controle."
"Na verdade, você disse que não sabia o que estava fazendo..."
"Eu sempre sei o que eu estou fazendo"
"Ah, sério?! Pois não parece!!!"
"Tatiana, não precisa gritar"
"Não precisa?! Então, por que a 'senhorita-sabe-tudo' não diz para a gente onde a gente está?! Ou então, por que ela não explica como a gente veio parar aqui?! Hein?"

Clara se afastou. Foi para o outro lado do carro (ou do que sobrou dele).
"Dá para você pensar um pouco?"
"Pensar? Você deveria dizer isso para ela."
"..."

Mário foi atrás dela. Mas por que é que eles estão agindo como se eu é que estivesse errada? O meu único erro foi concordar com essa maluquice...

...

Me sentei no chão. Não tenho a menor ideia de que lugar é esse. Olhei para os lados, mas não consegui ver nada. Mas, o que é que....?

Minha melhor amiga- 2° dia - parte 3

O sino bateu. Finalmente.

Não é por nada, mas é que eu odeio aula. Eu sei, não sou um bom exemplo para as criancinhas....

"E então, querem fazer o que?"

Fiz a pergunta de sempre para os meus amigos, e recebi as respostas de sempre. Depois, seguimos para o lugar de sempre. Eu estava com tanto sono no primeiro dia de aula, que eu acho que foi a primeira vez em séculos em que a gente não fez isso.

Então seguimos, nós quatro (ou oito, depende do ponto de vista) para aquela praça. Temos todos os tipos de lembranças naquele lugar.

'Você é tão sentimental'
'Eu sei'

"E então, né..."
"E então, né..."
"E então, né..."

"E então, né..."

Era tudo tão previsível. Mas, quase como se eu tivesse um pressentimento, eu desejei que essa tranquilidade pudesse durar. Eu gosto da vida calma e tranquila que eu levo.

Simplesmente fechei os olhos e aproveitei o momento...

domingo, 8 de agosto de 2010

Minha melhor amiga- 2° dia - parte 2

'Tá tudo bem mesmo?'
'É claro que sim... não foi nada...'

Fiquei muito feliz por ninguém poder ouvir isso. E por ninguém, eu quero dizer Rani. Ela é uma excelente amiga, mas se ouvisse isso, com certeza iria começar de novo com aquela história de que eu sou ingênua e boazinha...

" Oi, Arianazinha!"
"André!"

O André sabe que existe um monte de garotas doidas na nossa escola. O que ele não sabe é que são doidas por ele. Por isso, ele sempre tenta manter o máximo de proximidade comigo e com a Rani. Principalmente se tem outra garota por perto. Eu nunca entendi qual é exatamente o motivo disso. Acho que é porque ele é um garoto...

"E então... Como vai a vida?"
"Vai bem. E a sua?"
"Vai indo..."

"Ei, Ariana! Eu tiro os olhos de você por dois segundos e você já vai falar com um garoto?"
"Ranii!!"
"Que foi? Estraguei sua paquera? Olha, que ele já está olhando feio para a gente..."
"Ele?"

Me virei para ver de quem ela estava falando. Mas a resposta era óbvia. Era o Alan. Ele é primo da Rani (pelo menos eu acho. Uma vez eles me falaram algo assim, mas eu não me lembro direito), e desde que eu me lembro, ela adora essa história, de dizer que ele gosta de mim, e eu dele. Coisas da Rani...

"Oi, pessoal"
"Oi, Alan"
"Oi"
"Oi, seu chato"

"Como sempre, delicada, não é Rani?"
"Deixa que eu resolvo isso. Como sempre, delicada, não é Rani?"

Não pude deixar de rir (mesmo sabendo que a Rani vai brigar comigo depois).

Por algum motivo, Alan e Antônio (o prisioneiro dele) pareciam nunca se comunicar com pensamento ou com o mundo interior. Uma vez, eu perguntei o porquê disso, mas o Alan apenas me disse:

"Eu e o Antônio temos outra forma de comunicação..."

Eu perguntei o que isso significava, mas ele não me disse mais nada.

Talvez o dia de hoje seja menos cansativo, afinal...

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Minha melhor amiga - 2° dia- parte 1

Aquele lugar... tão familiar e ao mesmo tempo tão desconhecido...

Eu não sei por que estou esperando por alguém, mas esse lugar...

Eu estou sozinha nesse lugar. Parece um campo aberto. Observo o pôr-do-sol. É um lugar lindo. Mas tenho medo do que pode acontecer quando anoitecer. Porque aqui não tem ninguém. Mas deveria ter? Eu não sei...

****

Acordei de um dos sonhos mais estranhos que eu já tive. E, nesse ranking estão incluídas a vez em que eu sonhei que era perseguida por uma torta gigante, e a outra em que eu sonhei que beijei 40 garotos no mesmo dia.

O estranho não foi a situação. É perfeitamente normal olhar o pôr-do-sol. Mas aquele sonho me deixou com uma sensação estranha...Foi tão real. E não é só isso: aquele lugar não era um lugar comum. Eu não consigo explicar...

"Já, acordada?"
"Hein?"

Olhei para o relógio. Eram cinco da manhã. Um recorde, para mim, acordar a essa hora. Faltava uma hora para a Rani vir me maltrat... digo, acordar. Esse tempo precioso poderia ser usado para eu dormir, mas... eu estou com medo de dormir.... de voltar para aquele lugar...

"O que fez acontecer esse milagre?"
"Tive um pesadelo"
"Que nem daquela vez, da torta?"
"Aquilo foi assustado, tá? Mas não foi assim, não foi pior..."
"O que pode ser pior do que uma torta de amora de 5 metros?"
"Há-há"

Ela começou a rir. Não entendi qual era a graça. Mas a risada dela é contagiosa, então comecei a rir também.

"É melhor a gente rir mais baixo, ou a sua mãe pode ouvir"
"Tem razão"

O que eu menos queria era que minha mãe viesse ver o que está acontecendo. Seria... desagradável.

"Mas conta, como foi o sonho?"
"Eu não consigo explicar direito... Eu estava em um campo aberto, vendo o pôr-do-sol, e... sei lá, eu estava com medo de que acontecesse alguma coisa quando anoitecesse..."
"Medo do escuro?"
"Não, era... sei lá.... e eu sentia que estava faltando alguma coisa. Eu estava procurando por alguém que não estava lá, mas eu sentia que deveria estar..."
"Estranho, não é? Hoje eu sonhei que estava vendo você dormindo..."
"Hahá... Priscila, eu falo enquanto durmo?"
"Que pergunta é essa, agora?"
"Sei lá... eu fiquei com essa dúvida, agora..."
"Acho que se você descer agora, você consegue abrir a porta para a sua amiga entrar. A sua mãe também já deve ter acordado"
"Mas ainda é cedo..."
"O mundo inteiro acorda antes de você, Ariana. Elas deixam para te acordar no limite do limite do tempo"
"Sério? Então vou supreendê-las. Vamos nos trocar e descer AGORA!"

Eu com certeza não iria perder a chance de jogar na cara delas que eu consigo acordar cedo. Me vesti o mais rápido possível e desci as escadas. Priscila tinha razão, cheguei a tempo de abrir a porta para Rani.

"Nossa, acho que eu ainda estou dormindo! Ariana, acordada!?"
"Viu, eu te disse! Eu consigo acordar sozinha!"
"Filha, nós todas sabemos que você não acorda... Hoje foi uma exceção, com certeza!"
"Mãe! Era para você me apoiar!"
"Mas a sua mãe está certa. Você passa mais tempo dormindo do que acordada"
"Hoje tá todo mundo contra mim, é?"

Nos sentamos para tomar o café. É impressionante o quanto se perde quanto se está dormindo. Mas eu não posso dizer isso para ninguém, caso contrário terei que acordar cedo para sempre.

"Bem, acho que agora podemos ir para a escola, não é? Acho que a gente finalmente vai chegar antes dos garotos"
"Ah, espera só um pouco... eu deixei meu material no quarto!"
"Nada é perfeito..."
"Já vou lá buscar..."
"Ela pega."

Minha mãe apontou para Priscila. Nem precisava, afinal quem mais ela chama de "ela" assim?

"Deixa, eu...."
"Eu vou pegar. Onde está?"
"Em... em cima da mesa..."

"Mãe!"
"O que foi?"
"Essa Ariana... como sempre, boazinha até com quem não precisa..."

Tudo bem, tudo bem... Já teve coisa pior.... Mas não deixa de ser desagradável.

"Aqui."
"Obrigada!"

Então, saímos de casa, em direção à escola. E o sono ainda me perseguia...

terça-feira, 27 de julho de 2010

Minha melhor amiga- 1° dia- parte 9

Desliguei o computador, de novo. Estava impressionada com isso: meses sem nem tocar nele e agora eu entrei duas vezes no mesmo dia...

"Priscila..."
"Hum?"
"Tô com sono.Me põe para dormir?"
"Eu? Por que eu?"
"Sei lá"
"Como se faz isso?"
"Brincadeira..."
"Ah, tá!"
"Mas a parte do sono é séria..."
"Você está sempre com sono"
"É, eu sei... Queria não precisar dormir, que nem você..."
"Acredite, você não iria querer algo assim se soubesse como é"
"É mesmo? Você acha?"
"Tenho certeza"

Resolvi me deitar. Afinal, eu ainda preciso dormir. Mas o pior é que, por mais que eu estivesse exausta, eu não conseguia descansar.
Eu tive um dia cheio. Mas, por incrível que pareça, foi só o primeiro dia de aula do ano...

domingo, 18 de julho de 2010

Minha melhor amiga- 1° dia - parte 8

"De: Renoisirp
Para: ANAira
Assunto: sem assunto

Então é isso? Segredo desvendado: ANAira escreve pouco porque prefere dormir!

Eu queria saber o que tem de tão legal em ficar dormindo... Sério, "ela" também dorme o tempo todo... er...

Eu vou bem, sim... O que eu estou fazendo? Além de escrever enlouquecidamente? hehe..
:P

Sobre as aulas "dela"... a situação é complicada...

Ah, só para vc saber, eu escrevo enquanto ela está domindo, assim, não tem problema, tá?

Eu me recuso a escrever qualquer outra coisa para vc até eu receber uma resposta decente ou R$1.000.000,00 ! O que vier primeiro!

Ren"

Não pude deixar de rir. Ren realmente é uma pessoa interessante. Ela nunca responde nada do que eu pergunto, só enrola... Eu preciso insistir, insistir, insistir e talvez eu tenha uma pista do que eu quero saber... Abri uma nova janela e digitei "Ponto de Vista". Queria ver o que ela queria dizer com " escrever enlouquecidamente"

"REJEIÇÃO

Ela não parou de chorar... A rejeição doeu mais do que qualquer coisa...
O certo seria eu ficar quieta... é o melhor para mim, me disseram... mas é complicado

"Fazer algo, não fazer nada... dizer, não dizer... deixar como estar, mudar... manter, fugir... de que adianta pensar?"

A solidão dói... Mas outras coisas também doem...

'E assim, nada se constrói' Por que?

As vozes se tornam uma: POR QUE??

Mais um dia, na escuridão da prisão...
por ReNoSiRP, de dentro da prisão. às 15h04min. 0 respostas..."

Como eu imaginei, ela estava exagerando...

Ela geralmente escreve assim. Parece apenas um monte de frases soltas, mas é assim que a história vai se construindo. E não é necessariamente igual para todos: cada um interpreta de um jeito. Às vezes, eu acho que ela nem pensa para escrever, simplesmente escreve, sem se preocupar com o sentido...

"Você recebeu uma nova mensagem de: Loony Moon"

Loony Moon? Faz tempo que não recebo nada dela... Resolvi ler...

"De:Loony Moon
Para:ANAira
Assunto: oi (de novo)

Oi ANA,

Pelo visto, você foi atingida pela epidemia de sono! Aqui na minha escola, tinha gente dormindo a aula toda e o intervalo todo também!

Pelo visto, melhor eu desistir de esperar resposta para os outros vinte mil e-mails que eu te enviei...

Bem, e como vai vc? Além de sonolenta, é claro...

Eu queria escrever mais, mas como você pode não ler esse também, eu espero e escrevo na próxima...

Bjs para vc e para a Priscila
Loony Moon"
"Agradece ela por mim!"
"Aaahh! De onde você veio?"
"Eu estava aqui o tempo todo, bobinha"
"Você é especialista na arte do teletransporte ou algo assim?"
"Não, eu já estava aqui"
"Sei, sei..."
Por que a Priscila tem que ficar aparecendo do nada? Eu odeio isso!

Comecei a digitar uma resposta...

"De:ANAira
Para: Loony Moon
Assunto: Re: oi (de novo)

Oi, Loony

Eu vou bem, e vc?

Desculpe pela demora, e pelos vinte mil e-mails não lidos (ainda. Um dia, eu lerei!)

Vou começar a ler, e responderei aos poucos....

Ah, aconteceu uma coisa muito estranha: a Priscila saiu do nada e já queria responder a mensagem! Eu acho que não vou mais conseguir dormir a noite sabendo que ela está acordada, ela aparece do nada onde eu estou!!

Bjs
ANAira"

"Eu não sou um tipo de monstro da noite ou algo assim, sou?"
"Priscila!"

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Bubbles- parte 17

Aaaahh!!!! Eu quero sair daqui!!!!!!!



O que a Clara tem na cabeça?? Por que ela não pode simplesmente se matar sozinha, tem que envolver a gente nisso?? Tem a ver com aquele papo de "estamos juntos nessa" ? Eu juro, se eu sobreviver a essa, eu acabo com essa garota!!!!



O pior de tudo é que... eu senti de novo aquele frio... isso significa que...



***



"Sem você perceber? Tem certeza que quando você machucava os outros com a sua energy, você nem percebia que estava usando ela?"

"Tenho. Eu acho."

"Existe uma coisa chamada 'efeito reverso'. Sempre que você usa a energy, você recebe um... ah, não dá para explicar, não, Tati... É como se, como consequência, acontecesse algo com você... ah, não dá para explicar."

"Não entendi..."

"Você nunca sentiu... durante os treinamentos doidos, você nunca sentiu um frio? "

"Frio? Acho que já..."

" É isso. Esse é o efeito reverso. Como nesses treinamentos, a gente usa pouca energy, a gente só sente esse frio. Mas, se a gente usasse a energy de um jeito forte, se a gente usasse muita energy... provavelmente iríamos nos machucar."



***



Se eu estou sentindo o tal "efeito reverso", então significa que a minha energy... Não me atrevo a abrir os olhos...



Mas eu tive que abrir. Porque eu senti que o carro havia parado. Porque eu senti 'coisinhas' me atingindo. Porque eu ouvi quando tudo ficou em silêncio.

Eu estava com muito medo...

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Bubbles- ?

Como eu vim parar aqui? Como as coisas foram ficar desse jeito?

Pela primeira vez na minha vida, eu só queria... sentar e chorar...

Mas agora não é hora para lágrimas... Eu tenho que... que fazer alguma coisa... é, fazer alguma coisa...


Por que tudo é tão difícil??

Minha melhor amiga- 1° dia- parte 7

Descemos as escadas. Olhei para Rani. Ela realmente parecia mal. O que é estranho, de certa forma. Ela é geralmente tão segura, tão auto-confiante...

"Você precisa de alguma coisa? É melhor a gente falar com o seu avô, talvez... Será que a gente liga para um médico? Não é melhor...?"
"Ariana, se acalma! Eu não tô morrendo, não! Eu só estou morrendo de sono e um pouquinho deprê, só isso!"
"Ah.. tá, certo, é que..."
"Meninas, aconteceu alguma coisa? Por que vocês desceram tão cedo?"

Era de se entender o espanto dele. Geralmente, quando eu venho, a gente sobe para o quarto dela e não desce mais...

"É que eu estou expulsando a Ariana..."
"Hhmmm"

Eu não acredito! Ela tampou a minha boca para eu não falar nada! Eu não sabia se tinha um ataque de riso ou se gritava...

Ela continuou tampando a minha boca até chegarmos à porta da casa.

"Não acredito que você fez isso, Rani, sua doida!"
"Desculpa, mas é que... eu não quero preocupar o vovô... Por isso, por favor, não fala nada sobre isso, tá? "
"Rani, tá acontecendo alguma coisa? Tem alguma coisa que eu possa fazer?"
"Não, Ariana. Tá tudo bem. É sério."
...

Bubbles- parte 16

Eu não sei o que eu tenho na cabeça.
...
Olhei para o volante. Se eu girar ele para a direita, o carro vai para... a direita? Ou...

Na próxima vez que eu tiver uma ideia genial, eu... não, eu simplesmente não vou ter outra ideia genial. Eu nem sei se eu vou viver para isso...

"Clara, tem certeza que sabe o que está fazendo?"
"É claro que sim. Por que eu não saberia?" Eu adoraria que isso fosse verdade.
"É porque a estrada ficou lá atrás..."
"Quem disse que eu queria pegar aquela estrada?"
"Admita, Clara. Você está perdida."
"A gente está no meio do nada!"
" Isso aqui não é o meio do nada!"
"Clara, há quanto tempo que você não saía daquele lugar?"
"Isso não tem nada a ver! Eu sei bem para onde..."
"Olha a estrada lá!"

Ele tinha razão. Tenho que virar. Certo. Mas como é que...? Sem pensar, pisei em um daqueles pedais. O carro respondeu rapidamente: estávamos em velocidade máxima indo para sabe-se lá onde...

O problema é que a velocidade só aumentava! Eu não tinha nem ideia de como parar essa coisa! Eu só ouvia alguns gritos dos outros dois, sem entender as palavras. Acho que, se a gente sair dessa, eles vão me matar...

Mas eu preciso de respostas. E se elas estão em algum lugar, não vai ser lá no laboratório. O problema é que eu não tenho a menor ideia de para onde ir, ou de como chegar lá.

E o carro não para! E isso, é o fim! Se eu não bater em nada, provavelmente a energy de algum de nós vai acabar quebrando a carro.

"CLARA,DESVIA!"

AAAAAHHHH!!!!!!!!!!!

sábado, 10 de julho de 2010

Bubbles- parte 15

Em todos esses anos em que eu conheço a Clara, essa foi a primeira vez que ela disse algo que parecia ser divertido. E também a primeira em que ela fez uma loucura.
...

"Vamos sair um pouco!"
"O que?"
"Clara, o que você quer dizer com isso?"
"A gente preciade uma folga de todo esse stress, não acham?"
"Sim,..."
"Mas quando você começou a achar isso?"
"Sei lá..."

Tudo bem, tudo bem... Tem alguma coisa errada aqui. A Clara nunca diz "sei lá". Ela sempre sabe.
Mas seria inútil tentar fazê-la explicar o que estava acontecendo. Além disso, ela acha que eu sou um mentiroso...
...

Ela pediu para irmos com ela. Alguma coisa dentro de mim me dizia que eu não deveria fazer isso, mas eu não posso dizer "não" para a Clara. Ela nos levou ate uma parte da casa qu eu nunca tinha visto (ou talvez seja melhor dizer que eu nunca tinha ido lá, pois como todas as paredes são transparentes, eu provavelmente já o vi).
Acho que o melhor jeito de descrever aquele ambiente é como um tipo de garagem. Lá dentro, havia uma espécie de veículo. Um carro, completamente transparente. Parecia feito de vidro, mas não era. Era o mesmo material com o qual tudo aqui é feito. Um desequilíbrio em nossa concentração, e ele poderia ser destruído, por mais leve que a energy estivesse.
Essa caracteristica desse material (eu realmente não consigo me lembrar do nome dele. Talvez a Clara saiba) sempre me fascinou. Não importa o que eu tente: madeira, ferro, fogo... nada "normal" pode destruir isso. Eu já tentei de várias formas ( não pergunte o motivo), mas não cosegui chegar nem perto de riscar as paredes. Mas, com energy, é quase como se as paredes fossem feitas de papel.

"Que carro é esse?"
"Você sabe, Tatiana"
"Mas... achei que a mestra tivesse saído com ele daquela vez. Como foi que...?"
"Eram dois carros"

Não gostei do olhar de Clara para o carro. Parecia que...

"Clara, você não está pensando em...?"
"Dirigir? E por que não?"
"Clara!"
"Tudo fica muito longe. É impensável ir a pé."
"Mas... nenhum de nós sabe dirigir, não é?"

Ela tinha razão. Nem mesmo a Clara, a mais velha, tem idade para dirigir. Além disso, nós vivemos isolados do mundo. Não acho que alguém aqui tenha frequentado a auto-escola.

O comportamento da Clara estava cada vez me assustando mais.

sábado, 26 de junho de 2010

Minha melhor amiga- 1° dia - parte 6

"Oooiii! Terra chamando Rani!"
"Hm?!"

A voz de Ariana me tirou dos meus pensamentos. Como todos os dias desde que nos conhecemos, nos reunimos para "fazer tarefa". Na verdade, geralmente a gente fica sem fazer nada, só vendo o tempo passar e conversando... Sobre o que? Muitas coisas... filmes, livros, garotos...

' Isso é chato...'
'Cale a boca!'

Não fazia sentido eu "dizer" isso. Afinal, ela não estava falando, estava pensando... Eu não tenho realmente que ouvir tudo o que ela pensa, mas é assim que eu prefiro.

"Desculpe, Ariana... Eu não ouvi a última parte..."
"Você não ouviu nada, né?"
"Sou tão óbvia assim?"
"Totalmente. O que aconteceu?"
"Sei lá. Acho que eu estou simplesente imprestável hoje..."
"Você? Imprestável?"
"É... Caso você não se lembre, eu sou uma pessoa como qualquer outra..."
"Eu sei, mas... sei lá, é estranho você ficar assim..."
"Mas eu não sou anormal ou algo assim, sou?"
"Claro que é! brincadeira... "

Acho que exagerei no "olhar congelante"...

" Desculpa, Ariana, eu acho que... estou um...lixo...."
'H...'

Dessa vez eu fiz um olhar exageradamente congelante. Ela que se atreva a dizer (ou pensar) alguma coisa...

"Acho que então é inútil a gente tentar fazer todo esse troço de matemática..."
"A gente nem tava fazendo mesmo..."
"Vamos descer, que tal?"
"É, acho que é uma boa ideia..."

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Bubbles- parte 14

Isso está ficando cansativo
...


"Dá para parar de desmaiar, criatura"
"Bem que eu queria"
"Agora, explica para a outra criatura o que aconteceu"
"Eu? Nem pensar. 'Em briga de marido e mulher não se mete a colher' ."
"O que?"
"O QUE?!"

Tá, eu não precisava ter dito isso. Mas é o que eu penso, o que eu posso fazer? De qualquer forma, nem foi algo tão ruim de se dizer, afinal os dois começaram a rir depois de um tempo...
Será que não foi uma ideia tão viajada assim?

"Eu nem sei como eu ainda ouço você..."
"Ah, Clara... na verdade, você não escuta ninguém..."
"..."
"..."
"Sabe do que a gente precisa? De uma folga"
" O que você quer dizer com isso?"

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Minha melhor amiga- parte ?

"Rani, aconteceu alguma coisa?"

Ela estava olhando para o ar como tivesse algo incomodando ela. É muito raro ela ficar assim, por isso eu fiquei ainda mais preocupada.

"Não, não é nada não. Onde a gente estava mesmo?"
" Na parte em que você me diz o que foi"
"Eu já disse que não foi nada!"
"... Desculpa"

Eu odeio esse tipo de situação. Eu nunca sei o que fazer para ajudar uma amiga que está mal. Bem, pelo menos é melhor eu não insistir. Se ela achar que é melhor me contar, ela vai contar.





"Você não tem ideia de como eu estou me sentindo..."
"Vai ficar tudo bem..."
"Eu só queria que os responsáveis..."
"Responsáveis? Rani, foi um acidente..."






Apenas memórias vazias...

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Bubbles- parte 13e ou " Dá para parar com a enrolação?"

Tudo bem. Como sempre na minha vida, eu fiz uma meleca.

É só o que eu faço. Eu não entendo por quê.

Isso nunca tinha que ter acontecido. Nunca. NUNCA!



Eu só queria voltar para casa. Ou ter uma casa para voltar....

Bubbles- parte 13d ou "Um curto resumo sobre a minha falta de noção"

Eu disse aquilo. Ainda não posso acreditar.

Eu deveria estar sob efeito de algum alucinógeno. Não sei o que me fez começar a pensar, ou melhor, dizer aquelas bobagens.
Mesmo eles parecendo não dar a mínima para isso, ainda era constrangedor.

Isso vai me perseguir pelo menos pelos próximos 100 anos.
Mesmo parecendo estar acontecendo algo mais importante, isso não sai da minha cabeça.



Ǝ
ɐ
ɦ i s T Ǿ Я i A
Ƨ e
ʁ E Ә Ⱦ E . . .

Bubbles- parte 13c ou "Um curto resumo dos pensamentos de uma garota"

"Acha mesmo que eu mentiria sobre algo assim?"

Não, eu não acho. Eu sei que ele não iria mentir sobre isso. Eu vi o sangue com meus próprios olhos.

Simplesmente não há explicação. A não ser que...
Não. Se entre aquilo tudo houvesse algo desse tipo, eu saberia. Eu com certeza saberia. Não há motivo para que algo assim seja escondido de mim.

Mesmo assim, não deixa de ser estranho...

Bubbles- parte 13b ou "Um curto resumo dos sentimentos de um garoto"

"Acontece que eu não vejo jeito de você estar dizendo a verdade!"

Eu odeio isso. Será que ela acha que eu sou o tipo de pessoa que brincaria com algo tão sério?

Eu simplesmente não aguento isso! Por ser a mais velha, ela trata a gente como se fôssemos bebês. Sempre tão séria, tão perfeccionista, tão...

Tão incrivelmente perfeita. Sim, apesar do ar superior, do jeito metido e da insistência em se considerar mais séria, organizada e inteligente do que todos no Universo, eu me apaixonei. De uma forma que eu considerava, até algumas horas atrás, que eu nunca poderia me apaixonar por mais ninguém, e na qual ninguém poderia interferir...

Mas eu não quero pensar nesses sentimentos agora. Tudo o que eu quero é que ela me ouça....

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Bubbles- parte 13a

O que aconteceu? Não sei se me lembro...
...

Acordei. Clara estava olhando para mim de um jeito que parecia preocupado e reprovador ao mesmo tempo.

Por que mesmo? Do que eu me lembro?

Não estou mais no internato. Mas onde é que...

Lembrei. Acho que lembrei. Não sei. Arrgh, por que é tão difícil?


Tá, eu estou... naquele lugar feito de vidro... não, não é vidro... é um material cujo nome não pode ser pronunciado por pobres mortais...

É ISSO!!!! Agora eu sei onde eu estou, agora eu lembro o que aconteceu!!!!

"Está tudo bem, Tatiana?"
"Ah, eu não sei"
"Ela acordou"

Logo vi com quem ela estava falando. Mário entrou na sala (ou seria quarto?) onde estávamos.
"Está tudo bem com você?"
"Por que vocês ficam me perguntando isso? O que foi que aconteceu?"
"Eu estava falando com você, e de repente você começou a falar umas coisas estranhas, parecia que não estava ouvindo nada, e aí você demaiou. Além disso..."

Coisas estranhas!? Não, por favor não digam que... EU FALEI TUDO AQUILO!?!?
Eu quero passaro resto da vida embaixo da minha cama. Não que isso adiante algumaa coisa, já que ela é transparente...

"Tatiana?"
"Ah, me DESCUULPE!!! Eu, eu só..."
"Ele jura que te machucou com a energy."
"Pare de falar como se eu estivesse mentindo!"

Agora é que eu não estou entedendo nada. Machucar... eu me lembro... antes de desmaiar, havia...sangue... mas não me lembro de dor...

Na minha frente, os dois começaram a discutir... e eu preocupada por ter dito coisas muito constrangedoras... Pelo visto, a situação envolvia coisas bem mais sérias...

sábado, 24 de abril de 2010

Minha melhor amiga- 1° dia- parte 5

"Oi, mãe"
"Não fala comigo, Ariana. Estou morrendo de dor de cabeça!"
"O que aconteceu dessa vez?"
"Adivinha"

A prisioneira dela entrou. Estava carregando um monte de papéis, mas não parecia estar fazendo muito esforço. Não faço a menor ideia de qual é o emprego da minha mãe. Nunca me interessei por isso. Para mim, ela é só minha mãe. Sei que ela trabalha em uma empresa grande, acho que nome é Drop, ou algo assim. Mas não me pergunte o que ela faz lá.
"Essa inútil não consegue fazer nada direito."
"Me desculpe"
"Pare de se desculpar. Só cale a boca e comece a fazer as coisas direito."
"É claro"

"E você, Ariana? Como foi o seu dia?"
"Adivinha"
"Você parece cansada"
"Insuportavelmente cansada"
"Tem alguém atrapalhando o seu sono?" Por algum motivo, ela olhou para Priscila. Aliás, quando a Priscila veio para cá?

'Eu estava aqui o tempo todo, bobinha'
Felizmente, minha mãe não conseguiu ouvir isso. É uma forma de comunicação "telepática".

"É claro que tem. A malvada da Rani me acordou!"
"Eu não te entendo. Não foi você que pediu para a Rani te acordar para vocês irem para a escola?"
"Sim, mas acordar alguém é algo muito mau!"

Eu não fiquei realmente brava com a Rani. Somos amigas de infância, é normal sermos malvadas de vez em quando...

"Ah, eu tenho que ir!"
"O que?"
"Combinei com a Rani de ir na casa dela para gente fazer a tarefa"
"Você fala, fala, fala, mas sempre arranja uma desculpa para se encontrar com ela"
"Somos amigas, não é?"

Eu saí de casa e peguei o caminho para a casa dela.Ela mora bem longe. Mas eu não me importo em ir andando. O bom dessa cidade é isso: eu posso ir a pé para qualquer lugar sem me preocupar. Quase não há riscos.

"Há quanto tempo você estava me seguindo?"
"Desde que você nasceu"
"É impressionante, você tem resposta para tudo, não é? E se eu começasse a te tratar como uma prisioneira?"
"Você não é tão má assim, é?"
"E se eu for?"

Não, eu não sou. Eu acho.

Chegamos na casa dela. A Rani não mora com os pais dela. Se não me engano, eles faleceram em algum tipo de acidente quado ela era um bebê. Quem cuidou dela esse tempo todo foi o avô dela.
E foi ele quem atendeu a porta.

"Ariana. Deixa eu adivinhar: veio aqui para fazer alguma coisa da 'escola' ?"
"É claro. Eu e a Rani somos duas alunas muito aplicadas"
"É a Ariana? Ela chegou? Vovô, a Ariana chegou?"
"Chegou sim. E ela me contou uma novidade: minha neta é uma aluna aplicada"
"Essa Ariana é mesmo ingênua, não é? Ela nem se deu conta de que eu só ando com ela para ela me passar cola... Ah, oi, Ariana!"

Ela apareceu na porta. Estava usando roupas que faziam ela parecer uma criança. Na verdade, ela também estava agindo como uma.

Realmente, por trás da garota "mais popular da escola", existia uma garota muito estranha.

Bubbles- parte 12e

"Isso foi há muito tempo. Eu era muito pequeno. Não sabia o que era energy, não sabia nada sobre isso. Mas eu sempre tive problemas no controle da energy. Qualquer um que chegasse perto de mim se machucava. Acontecia o tempo todo mesmo, até enquanto eu estava dormindo"

"Pare. Acho que eu entendi."

O que ele acha que eu sou, uma burra? Pior do que isso, uma insensível? Eu consigo ver claramente que ele está sofrendo ao dizer isso. Por que ele continua a se torturar assim?

Antes, ele não queria me contar isso de jeito nenhum... agora ele vem de livre e espontânea vontade falar comigo... Argh, por que ele é tão complicado?? Eu preferia a época em que garotos eram burros, melequentos e insensíveis... quando eram GAROTOS!!!

Quero dizer, ele continua sendo um representante do sexo masculino... um belo representante, para dizer a verdade... Mas quando foi que garotos se tornaram tão complexos?!

"Tatiana, eu..."
"Pare com isso, Mário! Eu já entendi, você... Você não precisa contar isso para mim..."
"Eu PRECISO, Tatiana! Eu preciso que pelo menos você entenda!"

Ele precisa... ele precisa que pelo menos eu entenda... tem que ser eu? Quando foi que... quando eu me tornei tão importante para ele? Quando nos aproximamos tanto... a ponto de ele precisar da minha compreensão? E por que isso não me incomoda? Eu não deveria me sentir bem por isso, deveria? E por que não?

"Tatiana..."

Porque é como se... se eu também precisasse... Eu preciso... EU PRECISO! Como eu nunca me dei conta antes?!

"Tatiana"

O que é isso? Líquido, no meu rosto? Eu não posso estar chorando agora. Não agora, não na frente dele.

"Tatiana!"

Não, não são lagrimas. Eu não estou chorando... Eu NÃO estou chorando!! Eu...

"TATIANA!!"






















eU Est OU SanGr ANdO....

terça-feira, 6 de abril de 2010

Bubbles-parte 12d

"Fale com ela"
"..."
"Ela precisa saber a verdade"
"Você não sabe de nada!"
"Mesmo assim, acho que ela deve saber"

...



Eu sei que a Clara tem razão.Isso é o que eu mais odeio nela: ela sempre tem razão.

Eu não contei tudo para Tatiana. Eu nem cheguei perto disso. Quando eu falei para ela, eu achei que nem precisava. Mas... isso começou a me incomodar. Não só por ela ter se afastado de mim. Afinal, era isso o que eu queria: que ela se afastasse. Não que eu não quisesse ela por perto...



Isso é tão complicado. Essa garota é complicada.



Eu me sentia como se eu estivesse devendo alguma explicação para ela. Não que ela tivesse que saber disso, mas... Garotas são tão complicadas...



"Tatiana"

"O que é que...?"

"Apenas ouça, Tatiana. Por favor, não diga nada até eu terminar"

"Está bem"



"Ela era minha irmã"

"O que?"

"Por favor, Tatiana. Você me fez uma pergunta e eu acabei desviando do assunto. Eu agora quero te explicar tudo, mas eu não sei se consigo. Então, por favor..."

"Não precisa me explicar"

"Eu quero explicar"



Comecei a contar a história que me atormenta todas as noites. Por mais que eu tente descansar, sempre vêm os pesadelos que não me deixam em paz. Não adianta quem quer que seja me dizr que não foi minha culpa, porque eu sei que foi.



"Eu não tenho pais, Tatiana. Quem cuidava de mim era ela. Sempre foi ela. Ela não tinha nenhum parentesco comigo, e era muito nova para que eu a chamasse de "mãe". Por isso, era como seela fosse minha irmã"



Ela não tinha nenhuma obrigação de cuidar de mim. Mesmo assim, ela sempre esteve do meu lado. Sempre.



"Isso foi há muito tempo. Eu era muito pequeno. Não sabia o que era energy, não sabia nada sobre isso. Mas eu sempre tive problemas no controle da energy. Qualquer um que chegasse perto de mim se machucava. Acontecia o tempo todo mesmo, até enquanto eu estava dormindo"



Realmente, é muito difícil falar sobre isso. Mas agora eu preciso terminar.



"Pare. Acho que eu entendi."

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Bubbles- parte 12c

"Pelo visto, você não gostou do que descobriu, não é?"
"Eu nunca poderia imaginar isso."
" Então, ele te contou como estava antes de vir? Te contou toda a história?"
"O que? Mas você não disse que não sabia de nada?"
" Eu disse que ele nunca me contou o motivo de ele ser tão infeliz. Isso não quer dizer que eu não sei de nada"
"Como assim?"
" Não importa. Por favor, não vá embora só por causa de uma coisinha qualquer que você ouviu. Você não sabe a história inteira."

Tatiana estava confusa. Muito confusa. Mas, infelizmente, eu não poderia ajudá-la muito.
...

Vim para cá quando eu era muito nova. Saí de um lugar para o qual eu não posso voltar. Aqui é o único lugar que eu posso chamar de lar.

Pouco tempo depois disso, chegou o Mário. Ele era muito quieto, bem diferente de como ele é agora. Eu sabia que ele tinha passado por coisas difíceis antes de vir, assim como eu.
Depois de um tempo, ele se tornou mais alegre, mais "engraçadinho"... Acabei me acostumando a vê-lo dessa forma.

Não sei o que aconteceu antes. Nunca nem perguntei. Também não sei o que ele disse para Tatiana. E não sei o motivo de ela querer tanto saber o que é. Mas eu conheço ele muito bem, sei que ele deve ter colocado as coisas na pior perspectiva possível.

Saí do quarto.

"Fale com ela"
"..."
"Ela precisa saber a verdade"
"Você não sabe de nada!"
"Mesmo assim, acho que ela deve saber"

quarta-feira, 17 de março de 2010

Bubbles- parte 12b

"Alguém vai precisar sair"
"Como assim, Clara?"


Os dias estavam começando a ficar iguais para mim. Por isso, essa frase me pegou de surpresa.


"Precisamos comprar algumas coisas. A mestra costumava fazer isso, mas agora..."
"Você quer ir ou prefere que..."
"Eu vou."
"Tatiana, é melhor não..."
"Eu vou!"


Não sei porque disse isso. Não sei o que estou pensando. Não sei mais nada...

"Não Tatiana!"

Ele segurou a minha mão. Por que o mundo todo parece não fazer sentido para mim!?

Saí correndo. Subi as escadas. Entrei no quarto.

Não sei o que eu estu fazendo. Não sei o que eu vou fazer. Mas eu simplesmente não aguento mais um segundo aqui.

"Tatiana, o que você está fazendo?"
"Quando foi que você...?"
"Você está chorando!?"

Eu estava tão nervosa, pensando em tantas coisas ao mesmo tempo, que precisei de um tempo para me dar conta de que ela estava certa. Quando eu comecei a chorar?

"Tatiana, por que você está segurando a sua mala? Você não está pensando em...?"
"Eu vou embora daqui!!! Eu tenho que ir!!!"
"Tatiana, você não pode fazer isso, ..."
"Quem disse que eu não posso? Não é você quem decide tudo!!"
"Tatiana, se acalma!"
Me acalmar como?? Como ela quer que eu me acalme?
...
Tá, eu me acalmei.

"Ele me contou, Clara"
"Hum?"
"Mário... Ele me disse o que estava escondendo."
"É mesmo?"
"Você não parece surpresa..."
"Eu sabia que ele iria acabar te contando."
"Então, você também ja sabia o que era?"
"Nao. Eu te disse, ele nunca me contou nada."
"Mas então, por que...?"
"Você é terrivelmente insistente e muito chata, quando quer alguma coisa. E o Mário não consegue resistir aos seus encantos..."
"O que?"
"Brincadeira. Mas de qualquer forma, eu moro aqui também, sabe? Então eu sabia que uma hora ele iria acabar contando"
"..."
"Pelo visto, você não gostou do que descobriu, não é?"
"Eu nunca poderia imaginar isso."
" Então, ele te contou como estava antes de vir? Te contou toda a história?"
"O que? Mas você não disse que não sabia de nada?"
" Eu disse que ele nunca me contou o motivo de ele ser tão infeliz. Isso não quer dizer que eu não sei de nada"
"Como assim?"
" Não importa. Por favor, não vá embora só por causa de uma coisinha qualquer que você ouviu. Você não sabe a história inteira."
...

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Minha melhor amiga- 1° dia- parte 4

Voltei para casa. Eu estou mil vezes mais cansada do que quando acordei.
Resolvi me deitar e tentar dormir um pouco. Não consegui. Fiquei apenas rolando de um lado para o outro na cama.
...
Quando eu começo a não conseguir fazer nada direito, só tem uma solução: fazer algo que não exija esforço. Para mim, isso só pode significar uma coisa: computador.

Eu não sou daquelas pessoas que não viveriam sem computador, ou que acham que não existia mundo antes da internet. Mas isso não significa que eu não posso mexer nem um pouquinho, não é?

Minhas atividades no mundo virtual se resumem a um pequeno blog que eu tenho. Não digo pequeno no número de leitores(são mais de mil), mas no número de postagens. Eu nunca fiz nenhum tipo de divulgação. Nem mesmo para meus amigos eu contei. Mas mesmo assim, cada vez mais gente começou a ler. Muitos desistiram por causa da minha demora para atualizar ou para escrever mais. Mas muitos continuaram a ler. Toda vez que eu me sinto inútil, eu entro nele e escrevo alguma coisa.
Depois de um tempo, eu também comecei a ler outros blogs e sites. Como eu entro muito pouco na internet, cada vez que eu entro tem bilhões de coisas para eu ler, entre postagens, comentários e e-mails de meus "amigos virtuais". Felizmente, eles ja sabem sobre a minha demora para ler as coisas, e não ficam bravos ou chateados com isso.

Fiz uma postagem no blog falando um pouco sobre o primeiro dia de aula e sobre o meu cansaço. Logo depois, abri a minha caixa de entrada.

Bem-vindo(a), ANAira
"Você tem uma nova mensagem de: Renosirp"
"Você tem 25 novas mensgens de: Escritor Mascarado"
" Você tem 3 novas mensagens de: 02FofA20"
"Você tem 26.321 novas mensagens de remetentes variados"


Só de ver todos aqueles números na tela, já me assustei. Resolvi começar a ler pela mesagem da Renosirp.

Conheci o blog dela por recomendação de amigos. Ela escreve uma história sobre um amor adolescente, mas com algo de diferente: todos os acontecimentos são contados pelo ponto de vista da prisioneira da personagem principal.
Depois de muito tempo acompanhando o blog dela (e ela acompanhando o meu), nós trocamos e-mail e começamos a nos corresponder pelo computador.

"De:Renosirp
Para:ANAira
Assunto:Saudades
Oi, ANA
Mas você não entra nunca, hein? Até eu, que não deveria estar mexendo nesse troço aqui, entro mais do que você. =)

Brincadeira. Eu já entendi os seus motivos para não entrar. Mas então você podia, pelo menos, escrever mensagens mais longas. Você não tem que se esconder para digitar algumas palavras, não é? Entao deixa de ser preguiçosa e mexe esses dedos, tá?

Desculpa por ter sido tão direta. Mas é que eu estou morrendo de "saudade". Me escreva assim que puder, tá? (Não vou fica enchendo você e sua caixa de mensagens implorando pela sua atenção de novo, como daquela vez!)
Bjs
Renosirp
"

Depois de alguns meses nos correspondendo, Renosirp e eu nos tornamos muito amigas. Até que, um dia,ela me enviou uma mensagem me falando quem ela é na vida real. Ela é uma prisioneira de verdade.

Comecei a escrever uma resposta para ela.

"De:ANAira
Para:Renosirp
Assunto: Como você pediu...
Oi, Ren
Já que você pediu, vou escrever bastante.
Mas antes, deixa eu me explicar: eu sempre escrevi pouco porque achei que se você perdesse tempo lendo mensagens enooormes, você poderia ter problemas. Não perderei mais meu tempo pensando no que pode acontecer se você for pega.

Comigo está tudo bem, obrigada por perguntar. Não sei se pode existir pessoa mais educada no mundo do que você. Você por acaso fez alguma aula de etiqueta ou algo assim?
Brincadeira, já me acostumei com o seu jeito. Sei que você é assim por natureza, então não tem jeito. Não adianta nem eu tentar te ensinar alguma coisa.
Minhas aulas acabaram... de começar. E para piorar, eu acordei morrendo de sono. Bem,mas eu acho que esse tipo de coisa nem deve te interessar muito.
E você,como está? Tudo bem? As aulas dela já começaram?
O que você anda fazendo?
Ainda não li as postagens mais novas no seu blog. Assim que eu puder ler, eu deixo algum comentário. Tenho certeza de que deve estar ótima.
Eu imaginei mais um monte de coisas para te falar, mas eu estou quase dormindo em cima do teclado. Depois eu te escrevo outra mensagem.
Desculpa pela mensagem não ter sido muito comprida. Prometo que a próxima será maior.
ANAira
"

Desliguei o computador. Minha mãe chegou em casa
.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Bubbles- parte 12a

Em apenas alguns segundos, toda a minha noção de mundo, que já tinha sido fragilizada antes, agora tinha desabado de vez. Eu mal consegui dormir. Em parte, por causa dos gritos que também puderam ser ouvidos essa noite. E, por outro lado, porque nada mais faz sentido para mim. Eu não sei mais o que devo fazer. Não sei mesmo.
...
Estou sozinha no quarto. Não sei onde os outros estão agora. Não seria difícil descobrir. Como quase tudo aqui é transparente, eu só precisaria dar uma olhada para os lados e para baixo. Mas eu não quero fazer isso. Eu não quero falar com ninguém. Eu só quero ficar aqui, sozinha...

Por que tem que ser assim?


Comecei a pensar na atitude de Samira. Talvez ela estivesse certa em ir embora desse lugar.
Abri o armário e peguei as minhas coisas. A maior parte delas ainda estava dentro da mala que eu trouxe. Coloquei tudo em 'minha' cama e comecei a olhar. O que eu estava procurando estava bem no fudo da mala: meu uniforme escolar.
Fiquei olhando por um tempão para aquela roupa. Há menos de um ano atrás, eu vestia aquilo todos os dias. A minha vida era muito diferente. Não havia energy, nem segredos, nem mentiras. Não sei se eu posso chamar o estado em que eu estava de "felicidade", mas não era exatamente "infelicidade". "Infelicidade" é o que eu estou sentindo agora.
De certa forma, eu posso dizer que estava bem. É claro, eu não tinha muitas coisas. mas elas não me faziam falta. Família, amigos, amor... eu não esperava encontrar nada disso. Era como se nada disso existisse. mas quando eu vim para cá... é como se eu tivesse aberto uma porta que sempre esteve trancada em mim. Quando eu soube... que existiam outros como eu, eu comecei a ter esperanças. Achei que eu poderia fazer parte de algo. Mas não foi o que aconteceu.

Tirei todas as coisas da mala. Não eram muitas. Roupas que meus pais pediram para entregarem para mim e que foram escolhidas, provavelmente, por chute.
Olhar para tudo aquilo me fez pensar muito. Tantas coisas que eu nunca fiz... Acho que eu também devo ir embora. Eu não quero passar o resto da minha vida aqui. Mas, ao mesmo tempo... para onde eu devo ir? Não sei onde estou, não sei onde os meus pais moram... Não sei nem se eles me aceitariam se eu voltasse. A facilidade com que eles foram enganados...

Eu simplesmente não sei o que fazer!

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Minha melhor amiga- 1° dia - parte 3

Cheguei na sala. Estava exausta de tanto correr. Apesar de não parecer, a Rani também é excelente atleta. Aliás, não sei se já disse, mas Rani é boa em tudo o que faz.

...

Como eu imaginei, cheguei tarde. Ela já estava lá, gritando com a prisioneira dela.


"O que é que você estava pensando, hein?"
"Eu sinto muito, eu não..."
"CALA A BOCA!"

Geralmente, Rani é uma pessoa calma e equilibrada, mas ela também tem um outro lado. Um lado que me assusta.


"Você não consegue ouvir o que eu te digo, não?"
"Eu realmente não..."
"Eu já te disse para calar a boca! Você já vem aqui comigo todos os dias já faz quase dez anos! Já deveria saber qual é o seu lugar!"
"Eu..."

Ela parou de falar de repente, como se tivesse alguém a impedindo de falar. E tinha.

"O que aconteceu?"
"Ela foi para o corredor para ver que horas eram no relógio de lá. Ela não queria fazer nada de errado"
Aquilo não foi surpreendente. Nessas horas, qualquer coisa pode deixar a Rani muito irritada.


"Sabe, eu nem sei como eu te aguento! Você não faz nada direito! Nada! Você faz isso de propósito ou é incapaz de fazer alguma coisa? Porque, se esse for o caso, é bom eu saber, para poder falar o que você tem que fazer com palavras bem fáceis. Você tá me ouvindo?"

A prisioneira estava com a cabeça voltada para baixo. Deu para ver uma pequena lágrima surgindo. Ela provavelmente estava tentando esconder isso, mas sabia que não ia conseguir.

"O que foi? Ficou tristinha, é? Então, da próxima vez, faça o que eu mando!"

Rani virou para trás e me viu.
"Ah, Ariana! Não sabia que você estava aí"
"Não acha que exagerou um pouco?"
"Ariana, Ariana... você realmente é muito ingênua, não é? Não se preocupe com coisinhas tão bobas!"
O tom de voz dela e o jeito de falar mudaram. Conhecendo há tanto tempo, eu já estava acostumada com esse jeito dela. Mas não deixava de me assustar.

Bubbles- parte 11

"Mário, eu preciso falar com você"
...
Tatiana entrou no meu quarto e disse isso. Ela não estava simplesmente querendo falar comigo. Ela precisava falar comigo. Pela expressão dela, eu já sabia do que se tratava. Dessa vez, ela não iria aceitar qualquer resposta, e não iria me deixar fugir do assunto. Desde que Samira foi embora, várias vezes ela tentou me perguntar sobre isso, e em todas elas eu dei um jeito de não responder. Mas agora não seria assim.

"Eu já te disse que não é nada"
"Eu sei que tem alguma coisa!"
"Não é nada"
"Olha, se formos ficar aqui por muito tempo, e vocês pretendem ficar, é melhor nó termos confiança um no outro. Se isso não existir, eu não sei o que eu estou fazendo aqui!"

Não tinha outro jeito. Ela iria me pressionar até conseguir o que queria. Está bem. Se é o que ela quer, então é o que ela vai ter. A verdade.

"Tatiana, você por acaso já teve problemas no controle de sua energy?"
"É claro que sim. E ainda tenho..."
"Eu quis dizer problemas de verdade. Tatiana, você já machucou alguém?"
"Já, já sim."
"Já matou alguém?"
"O que?"
"Ficou surpresa?"
"..."
"É isso! Essa é a verdade! Satisfeita?"

A reação dela foi exatamente como eu imaginei. Mas eu não imaginei que ficaria me sentindo assim depois de dizer aquilo. Aquela era a segunda vez que eu falava sobre isso com alguém.

Eu sei que eu não cheguei exatamente a contar para ela o que aconteceu. O que eu disse não era a história inteira, não chegava nem perto de ser a história inteira. Mas contar tudo só iria piorar as coisas.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Bubbles- parte 11

Em apenas alguns segundos, toda a minha noção de mundo, que já tinha sido fragilizada antes, agora tinha desabadode vez. Eu mal consegui dormir. Em parte, por causa dos gritos que também puderam ser ouvidos essa noite. E, por outro lado, porque nada mais faz sentido para mim. Eu não sei mais o que devo fazer. Não sei mesmo.

...

Samira foi embora. Ela não quis ouvir ninguém. Ela já estava querendo isso faz tempo, e de certa forma dá para entender o motivo. Ela queria sair o mais rápido possível desse ambiente falso. De certa forma, era o que eu queria também. Mas eu não sei se é o certo.

Os dias passaram normalmente. Ou quase. Agora, éramos só nós três: eu, Clara e Mário. O pior é que eles agiam como se nada tivesse acontecido. Depois do impacto inicial com aquilo, ninguém mais tocou no assunto. Claro, o clima lá ficou pesado, mas tirando isso, nada...

Até que eu me cansei daquilo. Não dava mais para eu viver naquele ambiente. Algumas coisas precisavam ser esclarecidas.

Fui falar com Mário. Eu não sabia exatamente o que dizer. Não tinha ideia. Mas eu iria fazer ele me contar o que estava acontecendo.

...

"Tatiana, você por acaso já teve problemas no controle de sua energy?"
"É claro que sim. E ainda tenho..."
"Eu quis dizer problemas de verdade. Tatiana, você já machucou alguém?"
"Já, já sim."
"Já matou alguém?"
...

Minha melhor amiga- 1° dia - parte 2

Cheguei na escola com tanto sono que eu poderia ter desmaiado. Falo sério.



Encontrei dois amigos meus: Alan e André. As meninas costumam dizer que eu sou muito sortuda porque eu ando bastante com o André. Isso porque a maior parte delas é doida por ele (e ele nem nota), assim como muitos meninos são doidos pela Rani.

...

O primeiro dia de aula do ano foi como todos os primeiros dias de aula do ano. Professores novos se apresentando e tentando, ao mesmo tempo, nos dar uma boa primeira impressão e deixar claro quem é que manda. Não sei porque eu imaginei que poderia ser diferente.
Nada acontece, nada...


Eu estava quase dormindo quando vi um mínimo sinal de vida ao meu lado. Rani fez um olhar que eu reconheci muito bem. Para quem não a conhece, parece um olhar de leve nervosismo. Mas eu a conheço desde pequena, e sei que ela é muito controlada. Quando ela dá um mínimo sinal de suas emoções, é porque elas já estão em um nível extremo. E ela estava muito, muito brava.
...
Na hora da saída, ela foi a primeira a sair da sala. Saiu correndo, e eu já sabia para onde ela estava indo. A sala onde os prisioneiros dos alunos ficam enquanto estamos tendo aula. Essa sala só existe para evitar colas usando o "mundo interior" ( não funciona 100%, já que o pessoal sempre dá um jeitinho).

Corri atrás dela. Eu sabia que não iria adiantar muito, mas eu precisava tentar, não é? De qualquer forma, eu não conseguiria dormir direito se não fizesse isso.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Buddy Poke dos personagens de Bubbles


Tatiana


Tatiana

Tatiana

Clara




Clara


Mário



Samira







Samira

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Bubbles- parte 10d

"Vim aqui para dar uma terrível notícia"



O homem entrou aqui sem a menor dificuldade. Isso porque, por algum motivo estranho e desconhecido, ele tem a chave.


"A mestra de vocês não vai voltar"
"Por que não?"
"Ela sofreu um terrível acidente de carro"
"E.. nesse acidente..."
"Infelizmente, ela faleceu"
"O que?"
"O que?"
"O que?"
"Eu sinto muito"


Depois disso, ele simplesmente se levantou e foi embora. Não disse mais nada, não explicou nada.
...

A notícia nos pegou de surpresa. Ninguém esperava que isso algum dia pudesse acontecer, ainda mais dessa forma.

Olhei para as meninas. Clara estava chorando. Tatiana não tinha chegado a isso, mas dava para notar que ela estava muito mal também. E eu...



Quando eu vim para cá, ainda era uma criança. Eu tinha acabado de perder a pessoa mais importante para mim, e não sabia o que fazer. Agora, mais uma vez eu estou me sentindo como naquela época.
...

Resolvemos subir para nossos quartos. As meninas para o delas e eu para o meu. Pensei em dizer alguma coisa para Clara, mas... o que? Não tem o que ser dito numa situação dessa. E eu estou tão desoriantado quanto ela. Por isso, em vez de ir para lá falar com ela, eu preferi sentar na minha cama e ficar pensando...

Fiquei olhando para o quarto delas... alguma coisa estranha estava acontecendo... Samira abriu o armário e tirou de lá todas as coisas dela e guardou em uma sacola... a mesma onde ela trouxe as poucas coisas que ela tinha quando veio para cá.

Eu me lembro muito bem de quando ela veio. Não faz tanto tempo assim, foi há apenas três anos atrás. Ela não tinha família e morava na rua, assim como eu antes de vir para cá. Mas ela tinha um controle excepcional de sua energy. Aparentemente, ela chegava até mesmo a usar a energy para conseguir o que queria. Ela sempre deixou bem claro que não gosta daqui. Ela sempre falava como se fosse sair assim que pudesse. Mas ela não iria embora em uma situação dessas, iria...?
Ela e Clara começaram a discutir. Apesar de eu estar vendo tudo perfeitamente, não consigo ouvir quase nada.

Samira saiu do quarto segurando a sacola. Clara sai logo em seguida.

"Você não pode fazer isso!"
"Quero ver você me impedir!"
"O que está acontecendo?"
"A srta. Perfeição, sua namorada, não quer que eu vá embora, porque ela é muito boazinha e gracinha. E a 'gartota nova' está entrando na dela, quando na verdade está doida para se mandar, só não tem coragem!!"
"Samira, você está exagerando!"
Então a Tatiana também se meteu na briga?
"Acontece que eu cansei daqui, cansei de vocês e cansei de todo esse fingimento!!! TCHAU!"

Assim, Samira foi embora do "...".